14 set Storytelling é um esporte de equipe segundo Dick Ebersol da NBC
Já ouviu falar em Dick Ebersol? Ele é hoje a pessoa mais poderosa do esporte. Se ainda não ligou o nome à pessoa, tudo bem, mas o resultado do seu trabalho, certamente faz você vibrar quando acompanha os maiores eventos esportivos do mundo. Ebersol acabou de escrever um livro de memórias onde conta os bastidores das suas criações para a transmissão dos maiores eventos esportivos do mundo na NBC dos Estados Unidos e que influencia todas as outras redes de Tv. No livro, você fica impressionado com a frequência com que a palavra “storytelling” aparece.
Embora o livro de Ebersol ofereça uma história envolvente sobre os esportes televisivos, ele também oferece insights valiosos para profissionais de qualquer área que precisem criar conteúdo e apresentar ideias que envolvam, motivem e movam seu público.
“Minha prioridade era contar uma boa história.”
Os esportes televisionados são muito diferentes hoje do que antes de Ebersol colocar sua marca na cobertura de esportes da NBC. Para a maioria dos espectadores, é difícil entender que os jogos de futebol já foram transmitidos a partir de apenas uma câmera posicionada na cabine do locutor. Isso começou a mudar sob o primeiro chefe de Ebersol, o presidente da ABC, Roone Arledge. Ebersol credita a Arledge o pioneirismo na reinvenção dos esportes televisionados com o uso do Storytelling.
Arledge reinventou a transmissão esportiva em 1960 com um memorando agora famoso que dizia: “Vamos levar o show business aos esportes”. Sua ideia era que cada jogo teria que ser uma história épica para contar. Assim seria mais fácil capturar o público para esportes ou jogos desconhecidos, utilizando as histórias dos atletas que competiam: para despertar a curiosidade e provocar um maior engajamento. Para fazer isso, Arledge adicionou câmeras para oferecer diferentes ângulos. Enquanto isso, câmeras portáteis capturaram a ação nas laterais e enormes microfones de boom traziam os sons no campo. Arledge queria que o público visse e ouvisse a torcida nas arquibancadas, jogadores comemorando seus gols nas laterais, treinadores gritando com os árbitros por más decisões. Hoje nem conseguimos imaginar uma transmissão esportiva sem esses atributos.
Dick Ebersol teve um papel na criação dessas histórias épicas quando aceitou seu primeiro emprego na ABC como pesquisador das Olimpíadas, cargo que não existia em nenhuma das outras redes de Tv. O ano era 1967 e a Internet ainda não existia. Isso significava que Ebersol teria que viajar pelos EUA e Europa para encontrar as melhores histórias para os locutores compartilharem com o público. Ele entrevistou atletas, treinadores e suas famílias para aprender o máximo que pudesse sobre suas histórias pessoais, histórias que atrairiam mais espectadores.
As lições que Ebersol aprendeu com Arledge foram colocadas em prática anos depois, quando, em 1989, a NBC o convidou para liderar a divisão de esportes da rede. Em sua primeira reunião convocou todos da sua equipe e articulou sua visão, onde a partir daquele momento, a NBC Sports focaria no Storytelling.
Era preciso que os espectadores conhecessem os atletas, suas origens e os desafios que tiveram que superar para jogar nos grandes palcos – seja a NBA, a World Series, o Super Bowl ou as Olimpíadas. Naquela época, Storytelling não era um curso que eles ensinavam na NBC e a prioridade de Ebersol era apenas a história.
A contação de histórias é colaborativa.
A experiência e os insights de Dick Ebersol devem lembrar aos líderes que Storytelling é colaborativo, “um esporte de equipe”. As histórias desempenham um papel vital em todas as organizações. As universidades compartilham histórias inspiradoras de ex-alunos para atrair candidatos de alto nível. Empreendedores de startups compartilham histórias de origem para atrair investidores e motivar equipes. E empresas de todos os tamanhos compartilham histórias de sucesso de clientes para atrair mais clientes.
Como líder, você pode ser aquele que compartilha histórias em apresentações, memorandos, artigos e entrevistas. Mas como Storytelling é um esporte de equipe, a tarefa de encontrar e compilar essas histórias em narrativas convincentes deve ser responsabilidade de todos. Sim, os departamentos de marketing e publicidade podem transformar essas histórias em ativos para compartilhar entre plataformas, mas os líderes devem ajudar a identificar histórias de suas viagens e os vendedores devem retornar de suas reuniões com novas histórias de clientes e estudos de caso.
Segundo Ebersol, as Olimpíadas são “o cadinho do Storytelling”, porque a maioria dos espectadores só se importa com os atletas quando ouve histórias que tocam seus corações. Uma fórmula semelhante se aplica a qualquer empresa – clientes e colaboradores são mais propensos a se conectar com uma marca se forem movidos pela história.
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Traduzido e adaptado livremente de Forbes.com
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