15 jan Adequação cultural: Storytelling no recrutamento e seleção
Você pode ter um currículo excelente e ser uma pessoa adorável, mas se na entrevista de emprego você não conseguir dar exemplos reais de como você se adaptaria à nova empresa, bom… “nós vamos dar sequência o processo de seleção e te daremos um retorno em breve, ok?”
Storytelling é fundamental em qualquer entrevista de emprego e este artigo prova mais uma vez que todos nós somos (e devemos ser!) contadores de histórias.
Segundo o psicólogo Adrian Furnham,
“Uma adequação cultural acontece quando há uma congruência entre as normas e valores de uma organização e os de uma pessoa.”
Antes de ir para uma entrevista, é obrigatório: descubra tudo o que você puder sobre essa empresa. Valores, missão, visão, história, quem trabalha lá, fuce o linkedin, o site, o blog, canal no youtube… tudo o que puder! Veja a linguagem que eles utilizam e preste atenção aos detalhes.
Depois de entender a cultura da empresa, hora de introspecção.
Seja sincero: essa empresa realmente te interessa?
Ou você quer trabalhar lá somente pelo dinheiro? Isso muda tudo. A empresa pode ter a ver com o seu currículo, pode fazer aquilo que você aprendeu a fazer na faculdade, pode pagar bem… Mas se você não está genuinamente interessado na vaga e na empresa, não há santo que resolva seu problema. Storytelling é sobre verdade.
Passado esse puxão de orelha, se a empresa realmente fez os seus olhos brilharem: você consegue pensar em exemplos da sua vida e carreira profissional que refletem os valores e cultura dessa empresa? Se a sua história encontrar a história da empresa… Bingo!
Adequação cultural é sobre personalidade
Não precisa forçar a barra. Não precisa ser um clone de todo mundo que trabalha na empresa e nem tatuar os seus valores e cultura organizacional. Adequação cultural é sobre ter afinidade, sentir-se conectado. Pessoas que dizem que amam o que fazem raramente dizem que amam pelo dinheiro, pela fama. Eles usam o sentimento amor porque se sentem emocionalmente conectados à empresa e aos colegas de trabalho: este é o santo graal que os recrutadores procuram (além do óbvio: capacidade técnica aos pré-requisitos da posição).
É impossível contar a sua história por meio de um CV. Você não tem espaço e liberdade criativa para isso, na maioria das vezes. Já a entrevista é feita para guiar o recrutador pela sua história. Hora do storytelling entrar em ação.
A sua jornada pessoal e profissional
Faça com que o recrutador entenda que você se deu o trabalho de procurar informações sobre a empresa. Isso mostra interesse e comprometimento. E mais do que isso, mostre que você se identifica com a instituição. Como você vai conseguir provar isso? Baseando-se em suas verdades, suas histórias. Demonstre por meio de suas experiências que você está alinhado com a cultura empresarial. As técnicas de storytelling ajudam muito nessa hora: se você é o heroi da sua própria vida, como é a sua jornada? Quem são os vilões? Uma boa dose de autoconhecimento para saber quais experiências moldaram seu caráter e personalidade. Outra dose maior ainda para ter uma clareza do lugar que você pretende chegar um dia.
Cuidado para não ser quadrado demais e ter toda a sua personalidade cravada em pedra, fixa e estável. As empresas valorizam a flexibilidade e a adaptação. Até por isso, elas nunca são muito estáveis também: elas deixam que os seus valores evoluam e se se adaptem aos seus novos funcionários. Imagina uma empresa que não se molda à chegada da geração Y ao mercado… não tem como.
Satisfação de ambas as partes
Aqueles que têm maior afinidade com a cultura empresarial vão sentir-se mais motivados e engajados para alcançar resultados. Esses têm maiores chances de ficar mais tempo na empresa e serem promovidos. Quando chegarem à gerência, estarão mais comprometidos com o time, liderando pessoas à sua própria imagem e à da empresa. Ponto para a empresa, ponto para o funcionário.
Empresas estão gastando rios de dinheiro para refinar seus valores. Se candidatos também se esforçarem para descobrir os seus próprios valores e como eles podem estar alinhados aos da empresa, todo mundo sai ganhando: teremos ambientes de trabalho muito mais produtivos e felizes 🙂
Adaptado do artigo Cultural Fit: When Your Story Fits Their Story
Ana
Postado em 09:07h, 23 dezembroImpecável!